Frutos da Oficina #2 – Sem título ou "o conto do Perobinha"

por | nov 20, 2011 | Contos, Eventos, Sem categoria

Em uma cidade perdida, já em ruínas perambula por lá um boneco de madeira falante, que foi abandonado por um viajante, em uma rua deserta da pobre cidadezinha.

O boneco chamado Kanan, embora seu antigo dono, por desgosto, o chamasse de Perobinha, repentinamente começa a ouvir ruídos estranhos e se amedronta. Os ruídos que tanto o assustavam estavam vindo do final da rua. As ruas da cidade estavam tão desertas e quietas que Kanan temeu ir ver o que causava aqueles ruídos. Mas mesmo assim, seguiu vagarosamente naquela direção, que leva a um beco sem saída. Ao chegar no local vê latas caírem, Perobinha pensa em correr, no entanto, antes de começar, um gato pulou em sua cabeça. Kanan olhou o gato e percebeu que o coitado era caolho.

O boneco resolveu seguir à procura de um lugar habitado, mas antes precisava sair da cidade em ruínas, porém levava o gato consigo, por pena e porque ambos estavam muito sós. Ele olhou no relógio que pegou de seu antigo dono, contudo, percebeu que ele estava sem pilha, Kanan queria saber as horas para ver o quanto poderia andar antes de escurecer, pois ao anoitecer ficaria difícil ver aonde estava indo ou onde pisava. No entanto, uma bola de queimada apareceu vinda da rua deserta de onde ele veio. Se Kanan não fosse feito de madeira, ele teria ficado pálido, porém percebeu que algo além da bola vinha, mas antes que pudesse distinguir oque era ele já estava no chão e o gato havia fugido. Havia algo em cima dele, uma garota vestida com um belo vestido rosa, embora um pouco sujo.

A garota se levantou timidamente e não se assustou por Kanan ser um boneco de madeira, ela apenas se desculpou por cair em cima dele ao perseguir a bola, e o convidou para jogar com ela. Perobinha olhou melhor para a garota e percebeu que ela era na verdade uma boneca de pano, e muito bonita. Ele ficou encantado e aceitou rapidamente jogar com ela.

Os dois começaram a jogar, porém Kanan não sabia jogar direito e a boneca, chamada Haruhi, era um pouco desajeitada, e os dois acabaram por jogar a bola em outra rua por cima de uma das casas em ruínas, correram atrás dela, procurando entre as ruas um meio de chegar até onde a bola estava. Porém, chegaram sem querer a uma rua lotada, havia ali muitas pessoas que estranhamente estavam vestidas de Mario, os dois se olham como que perguntando o que significava aquilo. Contudo, seguiram em meio à multidão e chegaram a um shopping onde parecia estar acontecendo um evento importante, mas parecia ser sobre jogos, embora o shopping estivesse em ruínas também, como toda a cidade.

Os dois pequenos entram no shopping e ao entrar percebem que as pessoas que lotam a rua e o shopping são zumbis. Até então, não tinham olhado para as pessoas tão bem para perceber isso. Contudo, os zumbis não se importaram com eles, pois pano e madeira não são interessantes para eles. Em meio aos zumbis, Perobinha percebeu que aqueles eram os moradores da cidade, e que seu antigo dono estava agora transformado em zumbi. Haruhi puxa Kanan para fora dali, pois não havia nada divertido para eles naquele lugar.

Ao saírem, viram a bola de queimada na rua ao lado do shopping, perto de uma caixa de correio. Os dois correram até lá e voltaram a brincar. Kanan já não se interessava mais em sair dali, não estava mais sozinho e estava feliz com Haruhi, que demonstrava gostar dele também, embora fosse quieta. Ele não sabia como ela tinha vindo parar ali, mas isso já não importava para ele, nem para ela. O lugar era assustador para humanos, mas não para dois bonecos, que brincavam pelas ruas em ruínas.

 

Conto por Plínio Coelho Souza, Thaís Francine Ricotta, Bruno Briet da Silva e Mateus Henrique Efigêncio dos Reis

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