“Regras do Clube da Luta:
1 Você não fala sobre o Clube da Luta
2 Você não fala sobre o Clube da Luta
3 Quando alguém diz “pare” ou fica desacordado, mesmo que esteja fingindo, a luta acaba.
4 Apenas duas pessoas por luta.
5 Uma luta por vez.
6 Sem camisa e sem sapatos.
7 As lutas o quanto tiverem que durarO humor negro de Chuck Palahniuk narra a história de um jovem funcionário que descobre que sua frustração e ira não podem ser acalmadas com o consumo desenfreado que a mídia oferece. Ele encontra alívio e redenção após horas de luta em pequenos clubes escondidos nos porões de bares da cidade. O clube da luta é idealizado por Tyler Durden, que acredita ter encontrado uma maneira de viver fora dos limites da sociedade e de suas regras sem sentido. Mas o que está por vir de sua mente pode piorar muito daqui pra frente.
Clube da Luta é fantástico. Extremamente perturbador. Mas fantástico.
Tanto que logo que terminei de ler, como estava sem papel e caneta/lápis/deu pra entender escrevi a resenha direto do celular(ainda bem que com o teclado qwerty HAHAHA), o que acabou por atacar minha tendinite, mas quem liga. HAHA
Apesar de já dar pra prever uma das questões chaves da trama logo no meio do livro, isso não estraga em nada a solução do livro.
Vamos começar com o que achei do final(não da história), já que o livro em si, começa do final da história, o posfácio é incrível, e como o autor se inspirou em algumas situações reais para usar algumas cenas do livro, te deixa com aquela sensação de nunca mais poder comer tranquilo em um restaurante. Nunca mais.
“Uma vez um amigo se disse preocupado, dizendo que as pessoas poderiam fazer igual àquelas histórias, e eu insisti que éramos apenas zé-ninguéns morando no Oregon e que tinham estudado em escolas públicas. Não havia nada que pudéssemos imaginar que um milhão de pessoas já não tivessem feito.” Posfácio, página 266
O jeito com que o autor escreve te faz sentir que está realmente dentro da cabeça dele, vendo o que ele está vendo, sentindo o que ele está sentindo, e tudo num estilo simples e objetivo. A história vai saltando de uma cena para outra num ritmo meio frenético, apenas o necessário é contado, você pula do clímax de uma cena para o clímax de outra cena um tempo depois. E não se sente perdido, o que é bem difícil de fazer, convenhamos.
O jeito com que Clube da Luta é escrito é diferente, intenso e acho que ainda não vi um narrador personagem desse jeito em outros livros, a narração foi o que mais gostei em tudo. As falas do protagonista são sempre escritas sem travessão, e a única coisa escrita ali com travessão são as falas de outros personagens, mais um passo para entrar na mente do protagonista. (agora, só selecione a parte a seguir se quiser notar um fato que fiquei feliz em perceber e te dá uma dica sobre aquele mistério que mencionei no início…) Certo. O que achei muuuito legal foi perceber que o nome do protagonista nunca aparece. Apenas o de Tyler.
A trama é muito bem enlaçada, e não deixa a desejar em nenhum aspecto, tanto que quanto mais a mente do protagonista se degrada nessa rota de autodestruição, mais caótica fica cada cena.
Clube da Luta fala sobre o fundo do poço, sobre falta de objetivo e função na vida de alguém, sobre ser um fantoche e isso te satisfazer tão completamente que você não se importa, aquela ação que você faz sem significado algum e sem saber para que, te completa, então você a repete, sem se preocupar com as consequências, se sentindo livre nessa sua prisão mental estabelecida por alguém que talvez você nem conheça.
Fala sobre coletividade, sobre amor, autodestruição, desapego, como fazer sabão, napalm, nitroglicerina, sobre como criar explosões usando eletricidade estática.
Fala sobre tudo. E em certos momentos o livro te deixa com uma sensação de desespero, a rota que o protagonista pega, os caminhos que ele vai escolhendo, cada vez que fica mais dependente de Tyler, vão te deixando extremamente nervoso. E com vontade de chegar logo no final do livro para ver o que acontece. Outra parte que te dá desespero é sempre que Marla aparece. Ela é a personificação de tudo que há de desesperança no ser humano e quando não se importa mais se está vivo ou morto.
Acho que falei de tudo que notei.
Menos do clube da luta em si.
Porque a primeira regra do clube da luta é que você não fala sobre o clube da luta…
E a segunda regra do clube da luta é que você não fala sobre o clube da luta.
Clube da Luta (1996)
Autor: Chuck Palahniuk
Páginas: 272
Link da resenha no Skoob
Aqui tem um bônus!
Assisti o filme homônimo nesse fim de semana, então aqui vai uma mini resenha!
Um dos personagens principais é Tyler Durden, quem o representa no filme é Brad Pitt, que devo dizer teve uma atuação impecável, ele personificou todas as características de Tyler que conseguiram me vir à mente. Edward Norton faz o protagonista, que foi muito bem representado, e Helena Boham Carter… ah. Ela fazendo uma mulher completamente pirada e auto-destrutiva é incrível. Marla Singer não poderia ter sido melhor representada.
Em suma a adaptação é uma das melhores que já vi de livros. Até algumas falas inteiras são transcritas e o filme corre da mesma forma.
O final (sem spoilers, pessoas, não se preocupem…) é diferente do livro. Digamos que ele fica mais claro e…. feliz (se a gente pode usar essa palavra…), eu diria que o final do livro combina mais com o autor, mas o final do filme agrada mais quem prefere coisas mais explicadas e felizes, eu gostei dos dois.
Vale muito a pena assistir o filme, e fazer essa comparação, principalmente porque o ambiente retratado é idêntico, a sensação deixada no final é a mesma e os atores foram ótimos. (mas como opinião pessoal, acho mais legal ler primeiro para tentar adivinhar o mistério da trama previamente)
Clube da Luta (filme)
Ano: 1999
Diretor: David Fincher
Protagonistas: Edward Norton, Brad Pitt e Helena Bonham Carter
E aí, o que acharam? Quem já leu teve uma opinião parecida?
Enjoy!!
Sério que os finais são diferentes? Me surpreendi completamente, agora!
Eu só vi o filme (aliás, faz mais de dois anos que eu revi, então agora eu nem lembro essa parte do “mais feliz”, eu nem lembrava que o final era meio alegrinho rsrs), então fiquei bem curiosa, agora, pra ler! De qualquer maneira, mesmo sem ler o livro, o filme é sensacional!
Adorei o final da sua resenha 😉
Beijão!
São! Completamente diferentes, quando o filme estava acabando fiquei com aquela cara de “ué… sério que vai ficar assim?”, haha (embora como fã de finais felizes tenha soltado um sorriso quando acabou daquele jeito)
Ah, o final do filme é alegrinho do jeito que ele consegue né…HAHA, adorei o filme também! Ele deixa a gente com aquela sensação estranha no fim, mas de um jeito diferente.
Vale a pena ler o livro! O legal são as dicas sobre o Tyler, dá pra sacar bem antes! E notar como ele consegue manter o leitor compreendendo tudo pulando de uma cena pra outra… fiquei abismada com isso! 🙂
Beijão!
Encontrei seu site pelo skoob justamente por essa resenha de Clube da Luta, como acabei de fazer uma também xP
Infelizmente eu vi o filme primeiro, queria ter lido o livro antes.
Mas, é, as atuações são excelentes, a atmosfera ficou perfeita.
Mas, o final. Ah, o final. È o ponto que o filme peca e peca muito. Quase morri quando vi que o final ia ser diferente. Mas, adorei os dois. É para se pensar, não para se ler a toa.
Olha sóoo… que legal!
Vou procurar sua resenha pra dar uma olhada!
Sim, o fim do filme ficou um clima meio feliz demais pra todo o resto do livro, né?
Fica mais caótico ainda no livro… rsrs
A mensagem que ele passa é aquilo que a gente chama de “tapa na cara”, né? Isso porque foi escrito em 1996…
Beijos!