Eu, Robô – OGS #44

por | fev 21, 2013 | Resenhas, Sem categoria

Eu, robô

Isaac Asimov vive circulando pelo espaço, achando histórias em estrelas e planetas distantes e nos visitando de vez em quando. O que poderia ser só uma licença poética para descrever seu ofício de autor de ficção científica é a mais pura verdade desde que um asteróide foi batizado com seu nome. Poucas honras poderiam ser maiores para um autor do gênero, e Asimov ainda tem outras: recebeu da Associação Americana de Escritores de Ficção Científica o título de Grande Mestre e escreveu quase 500 livros. Eu, robô é parte de uma das três grandes séries de Asimov: Robôs, Fundação e Império. Retoma uma das personagens principais, a grande roboticista Susan Calvin, e a faz contar, em retrospecto, histórias que resumem a evolução da robótica. A narrativa engenhosa conduz o leitor com um didatismo disfarçado: levados pela imaginação e pelo humor de Asimov, nem nos damos conta da lição de história da robótica que acabamos aprendendo. Entre a babá da primeira história e a Máquina, com maiúscula, que controla toda a Terra, na última, há ainda espaço para robôs que enlouquecem, que fazem piadas, que lêem pensamentos e até robôs orgulhosos de serem mais espertos do que os seres humanos.

Eu, Robô conseguiu me encantar de uma forma que eu não esperava, e pensar em até que ponto já não acompanhamos as previsões de Asimov.

Confesso que quando comprei Eu, Robô pensei que era apenas uma história, não tinha pesquisado muito sobre o livro antes, só sabia que era muito bom pelo que outras pessoas falavam.

Bem, o que consegui reunir depois de ler:
Ele é composto de 9 contos, que vão tratar de mostrar os problemas que a humanidade vai ter depois que finalmente entrar na era da robótica.

Issac Asimov é uma daquelas pessoas que tem muita cara de ter sido alguém super simpático que devia gostar de conversar, não sei se era assim… ele parecia pela foto, rsrs. Ele tem mais de 470 obras escritas sobre quase todos os temas do  sistema de classificação bibliográfica de Dewey, exceto em Filosofia,  não é pra qualquer um essa abrangência temática tão abundante. Esse compilado de contos é escrito com uma narrativa super leve, super atual aliás, e não se consegue cansar em nenhum momento.

Conhecemos a Dra. Susan Calvin, um robopsicóloga que vai acabar contando para um jornalista como foi toda essa adaptação da humanidade com os robôs e a conquista do espaço. Conhecemos Robbie, no primeiro conto, que aparece no filme homônimo com Will Smith e naquele momento um problema já é exposto. E se robôs acabarem se tornando mais agradáveis do que seres humanos? E se eles se tornarem uma melhor companhia que aqueles seres da nossa espécie?

Os temas tratados de forma leve rendem uma gama imensa de discussão, e demonstra como a mente de Asimov era imensamente a frente de seu tempo, como grande parte dos autores dessa época, que pareciam ter uma visão dos rumos que a humanidade poderia tomar.

Claro que se tudo fosse de acordo com o livro, já estaríamos indo para nossas minas em Marte, minerar os recursos minerais que já começaram a ficar escassos. Mas quando se analisa de forma mais linear de não somente de acordo com a linha temporal dita no livro, tudo se torna perfeitamente plausível. Ao inserir robôs na nossa sociedade, haveriam organizações contra isso, falando que estaríamos perdendo nossa humanidade e que estaríamos gerando um desemprego absurdo (e não acontece isso cada vez mais na indústria, onde robôs são muito mais eficientes, resistentes e não precisam de encargos?), ao mesmo tempo, os robôs conforme se tornassem mais desenvolvidos, com os ditos cérebros positrônicos, teriam algum tipo de sensação? de sentimentos? Tanto que se analisarmos as 3 leis da robótica (que acabaram por inspirar toda a ficção científica do tema posterior, quando pararam de colocar a síndrome do Frankenstein, onde a criação sempre se rebela com o criador) vemos que os robôs, justamente por serem máquinas, precisam de um freio, para que a lógica de que nós somos seres realmente inferiores nas questões físicas e de raciocínio não gerem um caos. Uma das questões tratadas também, é sobre robôs que se assemelhassem a humanos, que tipo de direitos eles teriam? Como manejar essa questão de inseri-los na humanidade sendo que não são humanos? Além de uma linda parte no último conto, onde acabamos por perceber que realmente não podemos nos governar, não somos os melhores para fazê-lo. E, não somos substituíveis por robôs, eles não conseguem traduzir toda essa gama de variáveis que é  ser humano, que é saber só pelo toque se uma safra estará boa, aquele conhecimento empírico que parece vir da alma.

Primeira Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, através da inação, permitir que um ser humano seja ferido.

Segunda Lei: Um robô deve obedecer às ordens dadas por seres humanos, exceto se tais ordens entrarem em conflito com a Primeira Lei.

Terceira Lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou a Segunda Lei.

É um livro de contos imensamente lindo, e muito bem escrito, que vale imensamente a pena ler.
Também há uma outra trilogia muito famosa do mesmo tema, a Trilogia da Fundação, que ainda não li, mas pretendo, rsrs.

Eu, Robô
Editora: Ediouro
Autores: Isaac Asimov
Páginas: 320

Link do Skoob

 

Essa resenha vai ser atualizada com os trechos, mas divulgo novamente, assim que o fizer!

 

Enjoy!!

 

Ps.: E não esqueçam que o sorteio foi postergado! Participem até domingo!!!

2 Comentários

  1. Nina

    Eu me arrependo um bocado de ainda não ter chegado nessa fase do Asimov. De verdade, nunca o li, apesar das histórias terem me interessado bastante. Não sou muito fã de ficção científica, embora as distopias me fisguem com frequência.
    Existem leituras na frente da moço. Mas um dia, ainda o lerei.
    Abraços.

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    • camilaLV

      Por enquanto isso foi só que li dele, gostei muito do jeito que ele escreve, vale bastante a pena 🙂

      Abraços!

      Responder

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