“…A união dos talentos de Gaiman e McKean torna a obra primorosa. Texto e arte se combinam em harmonia, especialmente nas cenas em que mostram as percepções da nova Orquídea Negra. O primeiro impacto vem pelas cores exuberantes, seguidas palas descrições excelentes do roteirista.
A trama tem um desenvolvimento totalmente diferente das histórias de super-heróis convencionais, distanciando-se da ação e da violência gratuita e focando na busca da personagem por sua identidade. Mais uma vez, a exemplo do que faria em Sandman, Gaiman mostra como uma busca pessoal pode se tornar uma grande aventura cheia de perigos e momentos intensos…”
Orquídea Negra começa de forma super diferente, mas é preciso esperar uma história mais introspectiva que clichê.
Orquídea Negra começa num escritório de vilões, super clichê, falando dos planos malvados. E aí, temos nossa super heroína, a Orquídea Negra, e bam! Ela é descoberta. O vilão desmascara ela e fala que já leu toda essa quantidade de gibis. E não vai repetir isso.
E assim você tem certeza de que a história não vai seguir o caminho comum, ainda mais considerando a arte magnífica do Dave McKean, que já fiz resenha de outra obra dele com o Neil Gaiman, o Mr. Punch, ele sempre mistura desenho com fotografias, então fica um clima hiper diferente. E muito bem casado com a narrativa do Gaiman.
A história não tem como intenção a super heroína salvando o mundo do Lex Luthor. Na verdade porque ela morre na página 16. (não é um spoiler, como comentei no trecho.) E você fica pensando como que a história vai continuar, por flashbacks? Por pessoas contando o que acontece depois? E a resposta é nenhum dos dois. Mas paro aqui nos spoilers.
É uma narrativa bem sutil, com aparições super lindas da galera de Gotham City e do Asilo Arkham, mas que não são depreciadas pela falta de conhecimento das personagens, nem da super heroína, tanto que não tinha nem escutado falar da Orquídea Negra antes desse. Não é uma história com final definitivo, porém, já avisando a quem gosta daquele final quadrado.
A edição definitiva também vale pela qualidade e pelos extras, tem uma introdução magnífica e no final os rascunhos praticamente ilegíveis da história feitos pelo Gaiman e as cartas trocadas no momento da definição da história, esse, aliás, foi o primeiro projeto do Neil Gaiman com a DC. Que debut. haha
Enfim, uma edição diferente dos clichês dos quadrinhos, com uma arte linda e uma narrativa sutil.
Orquídea Negra – Edição Definitiva
Autores: Neil Gaiman e Dave McKean
Editora: Panini Comics
Páginas: 148
E fiquem atentos que amanhã de manhã tem um post especial de Dia das Mães! 😀
0 comentários