Indagações surgidas da pergunta “pra quê design?”

Postei no Instagram esses dias que recebi o primeiro livro da parceria com a Editora Biruta e Gaivota, junto a eles vieram os catálogos das mesmas, com todas as informações sobre a própria editora, os livros e afins. E isso me deixou pensando.

Porque ainda tem gente que não se preocupa em investir no design?
Ou que não acredita que um designer estudou o suficiente para saber que uma capa não vai ficar boa “aumentando tal texto só um pouquinho”, não se questiona um outro profissional se ele está fazendo seu trabalho certo, mas um designer parece não ter a mesma autoridade profissional para algumas pessoas.

Pra quê o design serve?
Pra deixar algo bonito?
Pra trazer o público-alvo mais perto do seu produto?
Pra ajustar o produto às intenções, fazer com que a mensagem necessária chegue na pessoa intencionada?

No catálogo têm-se a cada página uma personalidade especificada, você olha apenas a fonte e relaciona com a marca, os livros segmentam-se mostrando quem a empresa é, pra quem ela atua. E isso não é tão simples de fazer. Isso requer trabalho, tempo, sensibilidade, estudo. Mas por vezes parece que o “simples” não dá trabalho de ser atingido, é apenas um “fru fru”, frescura do moço que fica buscando referências para fazer o trabalho bem feito.

Não sei se é por falta de conhecimento, o papel do designer nas várias áreas pode parecer tão amplo que atrapalha até na hora de dizer o que realmente ele faz, e por vezes ainda não se vê o design, não se percebe, como na diagramação que é esquecida de vez em quando, aquela arte de arrumar as letras de forma a qualquer um ler e não perceber, mas sentir que está confortável de ler, que aquela organização é “a cara” do livro.

Da mesma forma quando o design de algo está ruim, qualquer um percebe, passa aquela sensação incômoda, e mesmo que seja de forma  inconsciente você sabe quando tem algo errado. Em alguns locais o design é mais valorizado, se reconhece a função primordial das soluções que o profissional que faz design tem de realizar, mas em outros com menos conhecimento dessas funções podem surgir frases como “ahh, mas porque está cobrando tudo isso? Um ‘moço’ lá cobra 20 conto pra fazer o mesmo.”; ou então ficar dando pitacos no sentido de não aceitar nada que a pessoa está criando (não estou generalizando, na minha humilde e pessoal opinião o cliente deve ser ouvido e deve passar o que está sentindo, mas sempre respeitando o profissional que ele contratou, afinal… se ele contratou o designer é porque confia no trabalho dele não é? Além do fato de que não acredito que em uma profissão tão dinâmica como o design seja possível trabalhar sozinho, o fato de se procurar referências já é um trabalho de equipe, uma soma de conhecimentos).

O design serve para passar a mensagem, gerar as soluções, colocar em cada vírgula a alma daquilo que tem que ser passado. Quando o design é bem feito, cada pedacinho te diz quem é, pra que está  lá, mesmo que quietinho no canto dele. E instintivamente você vai refinando seu gosto para achar esses que são bons, da mesma forma que se vai refinando seu gosto ao ler muito, ao estudar a fundo.

Com tudo isso em mente ainda não entendo como alguém ainda pode dizer “pra quê design?” sem ao menos se perguntar “o que realmente é design?”