E esses dias atrás assaltaram meu apartamento.

Reviraram tudo.
Vasculharam o que podiam e levaram “coisas de valor”.
Tudo que era carregável e até discreto foi embora.
A bagunça que ficou no apartamento e na mente foi grande.
A sensação de impotência. De violação. Uma violação tão profunda. Profanaram a instituição chamada lar.
Ao menos o local estava vazio quando o fizeram. Pensei até na gata que às vezes ficava lá sozinha, o cenário poderia ter sido muito pior.

E aí veio a pergunta.
“Levaram o que de valor?”
O que é alguma coisa de valor? Valor pra quem? O valor da segurança com certeza levaram. O valor da integridade do lar também. O valor de “vou morar aqui porque é mais seguro, mais tranquilo” também. O valor da organização da casa. O valor da privacidade.

Todos esses valores foram revirados de forma escrota. De forma violenta. De forma arrasadora.

Então sim, levaram muita coisa de valor. Levaram objetos também, levaram coisas de valor monetário, carregadas de valor sentimental, e talvez levassem mais. Talvez quisessem voltar pra levar mais coisas de valor. De valor pra eles. Que são criaturas sem valor nenhum.