A Escolha dos Três – A Torre Negra 2 – OGS #102

por | maio 14, 2015 | Resenhas, Sem categoria

stephen king

Roland fez ainda mais sacrifícios do que sabemos após O Pistoleiro, e agora vai fazendo sua coleta de companheiros em A Escolha dos Três. Só uma palavra: Susannah.

E nessa quinta feira, continua a resenha dos livros d’A Torre Negra incrível e encapetada do Stephen King. Agora com A Escolha dos Três. (Se você não conferiu a primeira, corre AQUI pra dar o bizu e entender melhor o que tá rolando. Roland. Ahñ…. piada ruim. HAHA)

A Escolha Dos Três – Com incansável imaginação, Stephen King dá continuidade à magistral saga épica A Torre Negra. A Escolha dos Três, segundo volume da série, lança o protagonista Roland de Gilead em pleno século XX, à medida que ele se aproxima cada vez mais de sua preciosa Torre Negra, sede de todo o tempo e de todo o espaço.
Após a morte do Homem de Preto, Roland de Gilead se vê diante de três portas que o levam do Mundo Médio para três épocas diferentes da Nova York do mundo. Em 1987, ele encontra Eddie Dean, um viciado em heroína que está tentando entrar em Manhattan contrabandeando um quilo de cocaína pura. Em 1964, descobre Odetta Holmes, uma negra paraplégica, ativista do movimento pelos direitos civis, cuja mente abriga também a malévola Detta Walker. Com a ajuda de Roland e Eddie, essas duas personalidades se tornarão Susannah Dean, que se unirá ao ‘ka-tet’ do pistoleiro, o círculo de pessoas cujo ‘ka’ está interligado. A terceira e última porta leva Roland ao ano de 1977 onde ele terá que se confrontar com o temível Jack Mort, psicopata responsável por uma tragédia crucial na história, a morte de Jake Chambers, mas também pela dupla personalidade de Susannah. (Sinopse do Skoob)

E continuamos seguindo o Roland (eita homi sangue A, hein.) após o confronto mega bizarro, se é que podemos realmente chamar de confronto, né, com o Homem de Preto, e vemos Roland numa situação bem… ferrada. Pra não dizer mais  claramente. Mais uma característica que gosto do King é o fato de poder mutilar seu personagens principais livremente. Vida segue. Mundo segue. Acontece. É o ka.

Nesse livro, vemos essa coleta de companheiros de viagem para a Torre, companheiros esses já previstos pelo Homem cretino de Preto. E aí que está o que mais gosto na narrativa de qualquer livro do King.

Todos os personagens dele são humanos. São verossímeis. Não existe aquela pessoa mega incrível sem suas nuances de humanidade, sem suas falhas grotescas, que não gostamos de admitir que possuímos. A realidade jogada na cara das personagens é o que mais me encanta.

Tomemos o Eddie, por exemplo, um mega viciado em heroína. Com todas suas escolhas de vida, relações familiares, erros e acertos, a relação com o vício, o desespero. Tudo nu. Escancarado. Quase agressivo na hora de descrever tudo isso. Na hora de te falar que é assim que as coisas são. Isso é lindo. Incomoda de forma linda, na verdade. haha

Nesse livro também consegui pegar mais referências do que da outra vez que o li, 7 anos atrás (ai, chessus, e esse tempo que não para de passar), depois de ter ouvido algumas músicas daquele álbum de Blues do Hugh Laurie, manjei de umas clássicas americanas, que aparecem lá sem muita explicação, apenas jogadas ali, como traços de poesia (nessa hora realmente gostaria daquelas lindas notas de tradutor, sabe? Uma das sugestões que fica pra uma possível outra edição.) e também fiquei conhecendo um acontecimento lá em meados de 1960, durante a luta pelos direitos dos negros nos Estados Unidos, do qual a Odetta Holmes faz parte, sendo negra e tendo sofrido por conta disso, e a música do moço Bob Dylan, Oxford Town. Torre Negra é cultura.

Se eu fosse um pouco mais conhecedora da cultura deles talvez pescasse ainda mais referências mascaradas, mas já fiquei bem feliz com o que consegui.

Susannah também é muito amor. Adoro ela. E o melhor é a naturalidade como se trata de temas como o fato dela usar uma cadeira de rodas por ter perdido as pernas do joelho para baixo. Simplesmente o é. Ninguém a trata como uma coitada, nem ela se vê assim. Cada um tem as limitações e lida com isso.

E o Mort. Ô homizinho ruim. Branquelo escroto, como diria Detta Walker.

Um outro fato interessante é quando vemos Roland pelos olhos de Eddie, e nos desvinculamos novamente de esteriótipos de Velho Oeste clichê, Roland tem marca no local do terceiro olho como aqueles de uma casta indiana. Um lembrete de que não é do nosso mundo, ou ainda não é do nosso mundo, que estão falando. Bem… no três dá pra prosseguir com as conjecturas. hehe

A Escolha dos Três – A Torre Negra 2
Autores: Stephen King
Editora: Ponto de Leitura
Páginas: 512
cinco estrelas

Link no Skoob

 

Fica atento que na terça feira vem a resenha de As Terras Devastadas, o volume 3 da Torre Negra. 🙂
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