A Bicicleta que queria casar – Conto

por | jul 10, 2015 | Contos, Humor, Sem categoria

caso ou compro uma bicicleta

A emocionante e rolante história da jovem Bicicleta! Que não sabia se casava ou comprava uma bicicleta. Essa e outras dúvidas no conto brisa de hoje aqui no Castelo

E é das maiores brisas que surgem os contos aqui do Castelo. Esse foi inspirado por uma brisa bem brisada tida com a Isabella Grego, que após a clássica pergunta “Eu caso ou compro uma bicicleta?” compôs comigo uma brisa longa e bizarra sobre o verdadeiro significado dessa pergunta. Aqui vocês podem ler uma das brisas provenientes das brisas brisadas das conversas cheias de brisa. Quase uma ventania.

As histórias variaram desde “a bicicleta que você vai andando e quando pára, tá casado”; até papos de auto ajuda achados no yahoo respostas de “porque tanto casar quando andar de bicicleta requer equilíbrio e…” (ZZZZzzzzZZZ); ou será que bicicletas eram tão caras que valiam como dotes da moça no casório?; ou ainda “mas como assim, as molieres não podiam andar de bicicletas no começo de sua invenção…” Mas uma história foi composta a partir de todas essas! E vai pra categoria de contos personificados que já apareceu aqui no blog anteriormente!

Vamos à ela então!

A Bicicleta que queria casar

Era uma vez uma bicicleta. Ela se chamava bicicleta mesmo, porque não tinha muito por onde ir com nomes, sua dona não tivera muito interesse em nomeá-la na época, então ficara por isso mesmo. Para o fim da história baseada em fatos reais e fictícios vamos tratá-la por Bicicleta, com letra maiúscula.

Desde sua construção a Bicicleta sempre quisera mais. Quisera conhecer o mundo, viajar pelas ruas, não cair em muitos buracos para não ter o raio da roda destruído, conhecer outras bicicletas diferentes e rodar gramados hollywoodianos cheios de lavandas.

Tivera uma infância comum, fora presente de natal de uma garotinha que nunca soubera andar, então caiu bastante com a menina. Tentava até ajudá-la a manter o equilíbrio, mas fora além de suas capacidades personificadas. Depois, foi passando de dono em dono, até que um dia conquistou sua independência, passeando sozinha por ruas quando não havia ninguém olhando.

Mas se sentia solitária.

Não era muito fácil se equilibrar na vida rolante sem uma pessoa andando em cima, ou, sei lá, rodinhas laterais, ou ainda uma outra bicicleta pra apoiar no guidão e formar quatro rodas andando.

Enquanto rodava por um centro da cidade agora deserto, passou por uma loja cheia de televisões ligadas, depois de pensar “nossa, que desperdício de energia” nossa Bicicleta ouviu uma frase que marcaria todo o resto de sua existência de duas rodas. Era uma apresentadora fazendo a pergunta: “Eu caso ou compro uma bicicleta?”

PAN. A jovem Bicicleta travou.

Na verdade fora seu freio que já estava ficando meio enferrujado, mas também travou por conta de uma resolução meio louca que teve.

Não precisava mais andar sozinha.

Havia uma solução.

Como não havia pensado nisso antes? Mas que decepção! Todos esses anos de indagações pra não perceber o óbvio.

Ela precisava casar.

Arranjar outra bicicleta e simplesmente casar.

PAN. Travou de novo. Recomeçou a analisar a frase da apresentadora extremamente maquiada na tv. Mas o que realmente significava aquilo? Casar ou comprar uma bicicleta?

Que coisa cruel e sem sentimentos no fundo, não? Se não se conseguisse achar uma bicicleta legal pra se casar, deveria comprar uma. Que absurdo. Que desprezo que os humanos tinham pelos sentimentos das bicicletas.

A Bicicleta encostou-se num poste, pasma.

E ela ali, cogitando seguir a frase. Tudo bem que seria muito mais simples comprar uma bicicleta, assim não precisaria trabalhar todo um relacionamento e teria companhia instantânea. Mas qual seria a graça? E se a bicicleta comprada não gostasse de campos de lavanda? Então nossa Bicicleta a venderia como se fosse um velho kit de freios? Mas e se ela nunca encontrasse uma bicicleta pra casar?

Era um empate mexicano.

Desencostou-se do poste e seguiu rolando. Guidão baixo e pensativa.

No dia seguinte, andando discretamente fingindo que estava sendo guiada por um entregador distraído, ela viu sua solução.

Era uma cestinha. A Cestinha mais linda que já vira. E que cabia no seu modelo.

Com uma cestinha, com a Cestinha, poderia levar várias coisas pra fazer companhia. Até filhotes de gatos. Ninhos de passarinho. Eram infinitas as possibilidades. Foi chegando perto da Cestinha. Que lhe piscou as grades. Foi amor à primeira vista.

Ainda hoje pode-se ver a Bicicleta com a Cestinha em campos randômicos de lavanda rodando e carregando coisas randômicas por aí.

 

 

Ps.: Desenho da capa foi inspirado pelo desse pin AQUI por Emma Kisstina

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5 Comentários

  1. Chell

    Que graciiinhhaa! =D

    Realmente, bicicletas tem sentimentos e devem comprar bicicletas para se casar. Eu acho que o mais legal é comprar duas bicicletas e casar =D

    Responder
    • Camila

      Comprar duas bicicletas e casar também resolve o dilema! A Bicicleta decidiu optar pela Cestinha por enquanto, mas quem sabe um dia 😀

      Beijos! :3

      Responder
  2. Re Vitrola

    Aqui nós compramos duas bicicletas, haha! Atualmente estão encostadinhas, mas temos coas lembranças de passeios com elas ♥

    Bicicleta me faz lembrar tanta coisa boa…
    Adorei!

    Um bj,
    Re

    Responder
    • Camila

      Ahh, então já resolveu! HAHA
      passeios de bike são sempre delicinha <3

      Bjbj!

      Responder
  3. Mandy

    Ai que amor <3 Realmente bicicletas estão sempre em nossas infâncias e deveriam continuar viajando conosco pro resto da vida.
    Ainda bem que minha bicicleta tem uma cestinha USHAUH
    Beijoos,
    Sétima Onda Literária

    Responder

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