Ah, Asimov… Em o Fim da Eternidade temos viagens no tempo, explicações dimensionais mega locas, séculos além do que podemos contar e a Noÿs.
Sinopse: Andrew Harlan é um Eterno: membro de uma organização que monitora e controla o Tempo. Um Técnico que lida diariamente com o destino de bilhões de pessoas no mundo inteiro: sua função é iniciar Mudanças de Realidade, ou seja, alterar o curso da História. Condicionado por um treinamento rigoroso e por uma rígida autodisciplina, Harlan aprendeu a deixar as emoções de lado na hora de fazer seu trabalho.
Tudo vai bem até o dia em que ele conhece a atraente Noÿs Lambent, uma mulher que abala suas estruturas e faz com que passe a rever seus conceitos, em nome de algo tão antigo quanto o próprio tempo: o amor. Agora ele terá de arriscar tudo – não apenas seu emprego, mas sua vida, a de Noÿs e até mesmo o curso da História.
Da extensa obra de Isaac Asimov, “O Fim da Eternidade” (publicado originalmente em 1955), junto com a série “Fundação e The Gods Themselves”, está entre os melhores livros escritos pelo autor, e é considerada uma das mais bem-sucedidas histórias de viagem no tempo. (Sinopse via Skoob)
E tchanãaan, mais um lindo do Asimov vindo aqui dar uma passadinha ilustre!
E O Fim da Eternidade foi um dos livros comprados durante da CCXP 2015 lá no estande da Aleph, e quem estava mais animado pra ler era o namorado, tanto que apenas o li após sua pessoinha me passar o livro.
Estava bem animada para ler, afinal, é Asimov, um dos caras mais foderosos que também não terei chance de conhecer já que não está entre nós faz um bocado de tempo. E você começa como um estranho no meio do filme.
Sabe quando a sessão do cinema já começou, você chegou atrasado, sentou e não captou bulhufas do que está rolando? (Nada muito além do esperado de um leitor da era primitiva como eu…) É assim que Asimov nos apresenta a Eternidade. Lá pelo século 27 consegue-se criar a Eternidade, algo como uma organização que mapeia a humanidade e seus progressos entre os séculos 27 e 69.999. (A partir do 70.000 em diante, não se tem nada, por um motivo ~misterioso~ que não entrarei). Se consegue manipular todas as evoluções no tempo, mapear as MMN (mudança mínima necessária) para modificar as realidades, prever quais deveriam ser as mudanças nos vários planos de realidade, e tantas outras coisas que não sei se tenho conhecimento suficiente para entender (ai, cadê aquela minha faculdade de física que queria fazer…).
Na Eternidade temos outros cargos e estruturas sociais, temos os Aprendizes, Observadores, Técnicos (os que trabalham com as MMN e tem essa vida meio excluída da sociedade por serem aqueles que mudam as realidades fora da Eternidade), os Computadores, os Eternos…
Bem. Primeiro eu dei uma travada violenta quando falam dos Computadores. Eu demorei umas boas páginas pra sacar que eram seres humanos com a função denominada Computador do que um computador humanóide. Aliás, isso é bem interessante em Asimov, ele não trabalha como se as máquinas fossem capazes de substituir os humanos em todas as funções… aliás, tem muito humano por lá. O jeito como ele traz as mudanças nos séculos, a moda, estilo, design, tudo. Olha. <3
“As letras dos títulos se misturavam com intrincadas filigranas, atraentes mas quase ilegíveis. Era o triunfo da estética sobre a funcionalidade.”
O Fim da Eternidade,Isaac Asimov, p. 130
A estrutura social de evolução, de tempo, de porque não podem existir paradoxos (essa parte do livro é INCRÍVEL, aliás… ainda martela na minha mente), tudo tudo tão bem estruturado, tão fantástico. E até existe espaço pra uma versão romântica do Asimov que não sabia existir haha
“Ter alguém com quem conversar, com quem falar sobre sua vida, seus feitos e pensamentos. Era como se ela fosse uma parte dele, mas uma parte suficientemente separada para exigir a fala como comunicação, em vez do pensamento. Era uma parte suficientemente separada para ser capaz de responder de maneira imprevista, por meio de processos racionais independentes.”
O Fim da Eternidade, Isaac Asimov, p. 127
Massss, temos um porém aqui. *pausa dramática*
De um lado temos todo esse mundo intricado e incrível do Asimov, do outro temos personagens que não conseguiram me cativar. Harlan é um cara que não viveu, e bem, não consegui me importar tanto com ele, ficar preocupada com os riscos ou situações que ele passava… a Noÿs lá pro final é lindo, e ela tem esse espírito do tempo que é lindeza, mas o único personagem que realmente me cativou foi o Twissel. O Computador sênior mega boga. Ele conseguiu me preocupar, me deixar tensa por ele. Mas foi um dos únicos.
A história em si é cheia dos cliffhangers, dos plot twists lindíssimos e tapas na cara que você fica refletindo por eras depois. (aliás, altas discussões com quem leu, é um livro com assunto pra meses pra bater papo, sério.) E o final é BAM. Te deixa indo procurar um dicionário pra brisar em cima da última linha.
Maaas, não consegui me cativar por ninguém porém, isso que foi a única coisa que me incomodou, tirando o Twissel, não senti nenhum apego pelos personagens. Nadinha.
Mas ainda assim é um livro foderosamente fantástico. Tornando tudo que entendemos e não entendemos (mais provável essa no meio caso de Primeva) sobre viagem no tempo verossímil.
O Fim da Eternidade
Autores: Isaac Asimov
Editora: Aleph
Páginas: 255
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