“O humano Arthur Dent fez de sua vida algo infinitamente mais miserável do que realmente precisava apenas por demonstrar uma habilidade espetacular de dizer a coisa certa na hora errada. Quando o melhor amigo de Arthur Dent na universidade, Jason Kingsley, foi abandonado depois de um relacionamento de três anos com o amor de sua vida, Stacey Hempton, Arthur garantiu que ele não ficaria muito tempo sozinho, já que vagabundas como Stacey eram fáceis de encontrar em qualquer discoteca. Quando sua tia irlandesa Maedhbhdhb (pronuncia-se Hilda) recebeu um golpe mortal de uma gárgula que caiu do teto de uma igreja, ele sussurrou em seu ouvido: ‘Pelo menos o cigarro não vai poder te matar agora, hein, titia?’ “
E Tem Outra Coisa… Ah… Finalmente depois de tantos anos, Eoin Colfer retoma a famosa Trilogia de Cinco criada por Douglas Adams. Na verdade faz tempo que esse livro foi escrito e eu demorei muito pra finalmente lê-lo. Tentei ignorar ao máximo o meu preconceito (detesto livros póstumos, escritos por outros autores, desde o fiasco que foi A Senhora do Jogo, de Tilly Bagshawe, baseada nos rascunhos do overrated Sidney Sheldon para continuar a maravilhosa saga dos Blackwell do meu adorado O Reverso da Medalha, um dos meus favoritos, ora, que blasfêmia), mas simplesmente não é a mesma coisa (embora dessa vez o resultado não seja lá uma blasfêmia).
Enfim, baixou o Douglas Adams em Colfer e ele conseguiu reproduzir um tom de voz fiel, divertido e dentro dos padrões do Guia do Mochileiro das Galáxias. O humor de Colfer porém, é grosseiro e limitado. Diferente de Adams, falta imaginação e genialidade. Adams conseguia escrever algumas coisas que nos faziam parar de ler e encarar o horizonte, pensativos, aquele nó na cabeça. Colfer só consegue ser engraçado.
Focando mais no universo dos deuses do que dos alienígenas, Colfer trabalha muito bem o personagem Thor (Um ponto extremamente positivo) e a personalidade única de Zaphod (a parte em que ele invade Asgard é MARAVILHOSA) mas esquece os outros personagens. Arthur Dent é simplesmente deixado de lado.
O maior problema do livro (Sim, baterei sempre nessa tecla) é o machismo velado que simplesmente deixa de lado personagens femininas. Trillian é simplesmente ABANDONADA da história, chegando inclusive a ficar (em uma cena, literalmente) quietinha no seu canto, enquanto o incompetente Arthur Dent tenta tomar as rédeas da situação (WTF?). Além de Trillian e Random, temos uma deusa coadjuvante e… Bom, não me lembro de mais nenhuma personagem feminina na história.
Na verdade tem outro problema igualmente ruim: Nos livros anteriores Adams tinha tratado do vegetarianismo de forma grandiosa com uma leve crítica representada numa vaca viva cujo maior desejo era ser devorada. Aqui, Colfer retoma a mesma piada, mas o faz de forma bem desrespeitosa e desnecessária.
Resumindo, o livro é engraçado e vale a pena ser lido sim, mas eu não o encaro como uma continuação e sim como uma muito bem escrita fanfiction da saga do mochileiro.
Unicamente pelo personagem Thor e toda a saga de Zaphod Beeblebrox em Asgard que foi uma das coisas mais engraçadas que já li, o nosso medidor atingiu uma nota de 4,5 Gabos, ou seja, é quase um seis né, dá pra recuperar até o final do semestre.
Saiba mais no Skoob
E tem outra coisa… – Eoin Colfer & Douglas Adams
368 páginas – Arqueiro
Sei que prometi uma resenha da trilogia 1Q84. Não esqueci não. 🙂
Eu tive bastante preconceito quando vi que tinha lançado, não li até hoje por conta disso. (#revelações) HAHA
Eu tenho uma mágoa pelo Eoin Colfer… maas, como a gente tem que ler para terminar a coleção, uma hora pegarei!
Acho que todo mundo tava com um pé atrás com esse livro na real, mas td bem porque no fim das contas todo mundo tinha razão, haha.
Mas a corrida do Zaphod em Asgard faz o livro valer a pena.
(Numa promoção do Submarino, talvez, por ~15$, claro).