Sorriu radiante para nós.
_Lixo… como tudo na vida. – E atirou a pintura de cima do terraço.
Um escritor pesquisa a vida e família de Felix Hoenikker, pai da bomba atômica, e criador do apocalíptico gelo-nove, uma substância capaz de congelar o planeta, eventualmente acabando numa ilha cuja peculiar religião resume o pensamento conformista humano.
Ahh, quando o Kurt quer ele faz direitinho, né não? Com um texto curto e fluído, ideais sutis e apaixonantes que somente um antropólogo que viveu a guerra consegue discorrer sobre e um humor filosoficamente perfeito, Kurt Vonnegut tece em Cama de Gato um retrato fiel e curioso dos humanos e da luta entre a religião e a ciência, sendo realmente imparcial, um mero espectador no desenrolar do teatro da vida. Com mais de cem capítulos e menos de 300 páginas, eis um livro praticamente perfeito para o que se propôs. Não há personagem que não represente algo, não há pontas soltas. As mensagens são claras, a trama é bem amarrada. Kurt só pensou naquelas coisas todas, organizou-as perfeitamente e pronto. Só não dou Nota 10 porque não é tão perfeito quanto Matadouro 5. Talvez seja simples demais. Enfim, é isso. Ah, palmas pra Aleph pela capa MARAVILHOSA da nova edição.
Nem todo mundo consegue mostrar a mediocridade humana e nos fazer rir dela de uma forma conformada e até mesmo cúmplice. Vonnegut consegue. Quando quer.
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Cama de Gato – Kurt Vonnegut
288 páginas – Aleph
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