Hola, personas!
Então, fiz esse post no outro blog, mas o colocarei aqui também…HAHA
Enjoy:
Hola, não-leitores!
Feliz dia das crianças!!!
Incluo nesse dias todas as crianças de 0 a 80(ou mais) anos!
Porque todo mundo que continua feliz tem um lado criança nem que seja láaaa no fundinho…HAHA
E para isso, nada melhor que ilustrar com algumas *muitas* palavras de um escritor que adorava profundamente escrever para esse público que deixa a imaginação fluir e atravessa dimensões para fazer parte das histórias!
Não colocarei tudo pois são 11 páginas escritas, maas…. (esse ensaio foi escrito em 1982)
“Três Maneiras de Escrever para Crianças
Por C. S. LEWIS
“(…) Uma outra maneira, (…) é a maneira de Lewis Carrol, Kenneth Grahanne e Tolkien. O livro publicado nasce de uma história contada de viva voz e talvez espontaneamente a uma determinada criança. A segunda maneira é semelhante à primeira porque o autor, sem dúvida, procura dar á criança o que ela quer. Só que nesse caso ele está lidando com uma pessoa concreta, uma criança específica que, evidentemente, é diferente de todas as outras. Não concebe as “crianças”, de modo nenhum, como uma espécie estranha cujos hábitos ele precisa “identificar”(…). Quem estivesse contando se tornaria um pouquinho diferente por estar falando com uma criança, e a criança se tornaria um pouquinho diferente por estar ouvindo as palavras de um adulto.
“(…)A terceira maneira, a única que sou capaz de usar, consiste em escrever uma história para crianças porque é a melhor forma artística de expressar algo que você quer dizer.
“(…) Hoje em dia, a crítica moderna usa o adjetivo “adulto” como marca de aprovação. Ela é hostil ao que denomina “nostalgia” e tem absoluto desprezo pelo que chama de “Peter Panteísmo”. Por isso, em nossa época, um homem de cinquenta e três anos admite ainda adorar anões, gigantes, bruxas e animais falantes, é menos provável que ele seja louvado por sua perpétua juventude do que seja ridicularizado e lamentado por seu retardamento mental.
“(…) A visão moderna, a meu ver, envolve uma falsa concepção do crescimento. Somos acusados de retardamento porque não perdemos um gosto que tínhamos na infância. Mas, na verdade, o retardamento consiste não em recusar-se a perder as coisas antigas, mas sim em não aceitar coisas novas. (…) Uma árvore cresce porque ganha novos anéis, já um trem não cresce quando deixa para trás uma estação e ruma para a seguinte, esbaforido.
“(…)O conto de fadas é acusado de dar às crianças uma falsa impressão do mundo em que vivem. Na minha opinião, porém, nenhum outro tipo de literatura que as crianças poderiam ler lhes daria uma impressão tão verdadeira. As histórias infantis que pretendem ser “realistas” tendem muito mais à enganar as crianças.Quanto a mim, nunca achei que o mundo real pudesse ser igual aos contos de fadas. Acho que eu esperava que escola fosse igual às histórias de escola. As fantasias não enganavam, as histórias de escola, sim… Todas as histórias em que as crianças passam por aventuras e sucessos que são possíveis, no sentido de que não rompem as leis da natureza, mas quase infinitamente improváveis, tendem muito mais que os contos de fadas a criar falsas expectativas.
“(…) em certo sentido, jamais “criei” uma história. Comigo, o processo assemelha-se muito mais à observação de pássaros do que ao falar ou construir. Eu vejo imagens. Algumas dessas imagens têm um sabor em comum, quase um mesmo aroma, que as reúne num único grupo. Fique quieto, simplesmente olhando, e elas começarão a se juntar. Se você tiver muita sorte (eu nunca tive tanta), um conjunto completo se reunirá nenhuma forma tão coerente que você terá uma história perfeita, sem precisar fazer nada. Mas, com mais frequência (para mim, sempre), restam algumas lacunas. É então que, por fim, será preciso inventar deliberadamente, criar razões para que determinados personagens estejam em determinados lugares fazendo determinadas coisas. Não sei se é esse o método usual de escrever histórias, e menos ainda se é o melhor.”
Esse texto é fantástico!
Magnífico mesmo Cintia! 😀
=*