Shada. O local que não existe. Nunca existiu. Mas está lá.
Ganhei esse livro faz um tempinho ( vide o desenho que veio acompanhando ^^), mas tinha enrolado pra ler porque sabia que quando começasse não iria parar, e as tarefas estavam acumuladas demais para me tentar a começar. haha
Mas li. E li até o final.
Sabia que seria assim porque tinha o dedo (ou o roteiro, no caso) do incrível Douglas Adams, já falei por aqui do Guia do Mochileiro das Galáxias, e esse livro é uma ampliação dos roteiros de Douglas Adams para um arco de Doctor Who, o arco de Shada, que acabou enrolando enrolando e nunca indo do jeito que ele queria pro ar. Então, Gareth Roberts pegou a missão de escrever tentando pensar em como o Adams gostaria que a história corresse. Missão difícil.
É um livro do jeito que eu esperava, com carisma, diálogos “witty”, cheio de piadinhas e indiretas, personagens que mesmo que só aparecessem por 5 linhas se consegue notar a profundidade, e plot twists que sempre parecem óbvios, mas nos quais você não teria pensado e se satisfez com o final.
“Mas Clare adorava fazer tudo que não se devia, como sair de uma comunidade carente e virar uma grande cientista.”
Doctor Who Shada, pg 63, Gareth Roberts.
No livro o Doctor em questão é o Quarto, com seu cachecol gigante e brisas já previstas, não assisti muito da série antiga, apenas alguns arcos, no caso do 4º Doctor assiti o Revenge of the Cybermen e The Brain of Morbius (por conta do especial de 50 anos), mas da mesma forma que senti com os livros da coleção de 50 anos, dá pra sentir a essência desse Doctor em cada linha, cada frase, aquele jeito inteligente, que te interrompe toda hora porque já entendeu o que você vai falar e não tem tempo pra realmente ouvir, as distrações e propensão ao perigo.
Todos os personagens são super bem construídos, até a idiotice do Chris. Ah. Chris. Tudo que a Clare sente por você tem que ser amor mesmo, porque ó…
Prof. Akrotiri: Você é um homem bom, Doutor.
O Doutor sorriu de volta.
Doctor: Não, não sou. Na verdade, sou arrogante, convencido e terrivelmente desorganizado.Doctor Who Shada, pg 219
A missão do Roberts de continuar e ampliar as ideias geniais do Adams foi tensa, por falta de palavra mais eloquente, e uma tarefa mais difícil ainda tentar separar o que é parte do roteiro original e o que é parte do Gareth Roberts, claro que todas as referências à mochileiro como os “42 minutos” levados pelo Dr. Chronotis, ou à referência ao “Livro mais famoso da terra, O Guia do…” são do Roberts. Eu acho. Eu espero. Quem sabe realmente.
E isso que achei o mais genial, o livro todo tem os trejeitos do Adams, Roberts realmente fez um excelente trabalho, e não consigo definir que pedaços são dele e que pedaços são do Adams. Um cara que queria muito conhecer e só do outro lado vou ter a oportunidade…
Doctor Who: Shada
Autores: Gareth Roberts (e Douglas Adams)
Editora: Suma de Letras
Páginas: 352
E aqui você vê as resenhas dos outros livros relacionados à Doctor Who que passaram por aqui ^^
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