E em Fuja, Coelhinho, Fuja, eu pude conhecer Lizzie e sua família e um contexto da Segunda Guerra Mundial que não conhecia ainda…
E esse é o último livro do ano da parceria com a Editora Biruta/Gaivota! Fuja, Coelhinho, Fuja é um lançamento que foi recomendado pela Ana da Editora pra ler, e não resisti quando vi que tinha esse projeto gráfico todo lindão esperando por mim. HAHA
O livro vai tratar de Lizzie durante a segunda guerra mundial, quando os Estados Unidos já haviam entrado também, na Inglaterra, seu pai é um pacifista. Não quer ir pra guerra matar ninguém. Não acha que isso resolve alguma coisa. E prefere ficar e cuidar dos filhos.
É narrado pela própria Lizzie, e tem as brisas que qualquer criança sempre tem.
“Papai diz que família é muito importante. Mas não acho que a tia Dotty pode ser considerada nossa parente de verdade. Dizem que ela é irmã do papai, mas ela não se parece nada com ele. Ela é cruel, uma bruxa magrela e envelhecida que jamais sorri. Acho que a vovó deve tê-la encontrado na soleira de sua porta, dentro de uma cesta, quando ela era bebê – mas ninguém nunca contou nada sobre isso. Bem, ter sido abandonado quando bebê deve ser horrível. Dá pra imaginar então por que a tia Dotty tem um gênio tão ruim.”
Fuja, Coelhinho, Fuja!, Barbara Mitchelhill
Geralmente quando vemos algo sobre a 2ª Guerra se fala das torturas que os nazistas fizeram, ou vemos um contexto estilo Crônicas de Nárnia, onde as crianças eram mandadas para longe das cidades para ficar com outras famílias, não o contexto dos que não queriam ir para a Guerra. O dos pacifistas, que já haviam visto as desgraças da primeira.
– Desobedecer a lei é ruim, não é? – perguntei
– Depende – disse Arthur. – Olha, anarquistas não querem saber de governos, nem de quem tenta mandar neles. Mas o pessoal em Whiteway se ajuda, uns aos outros, e ajudamos pessoas como o seu pai.
– Você quer dizer que eles são que nem o papai, que não quer ir para a guerra?
– Ah, sim…! – ele disse. – Temos por aqui quem não quer ir para a guerra por questões de consciência. Pacifistas. E também outros, que conseguiram escapar dos nazistas ou que fugiram da Guerra Civil Espanhola. Recebemos todos, está entendendo? Não temos regras aqui, Lizzie.Fuja, Coelhinho, Fuja!, Barbara Mitchelhill
Achei mega interessante saber sobre Whiteway, e saber que existiu de fato, e de um fato mega interessante que foi essa imigração em massa de fugidos da guerra civil espanhola, pela qual que meus avós passaram. E nessa fuga toda, já que o pai de Lizzie estava bem de saúde para ir à guerra, e sem nenhum motivo válido para não fazê-lo, conhecemos muitas personagens mega interessantes, mecanismo para saber vários pontos de vista e acontecimentos por região do Reino Unido, os poloneses que tanto ralaram, os galeses que receberam muitas crianças e um livro que não deu pra parar de ler até ver o final.
O final aliás, que menos importou, já que fiquei meio triste por ter acabado daquele jeito, me pareceu tão rápido…
O livro flui que é uma beleza, a escrita da autora é uma delícia, e se vai aprendendo muito de forma totalmente não forçada e delicada. A segunda guerra do ponto de vista de uma garota que vai vivendo as rotas todas dentro de um só país.
Fuja, Coelhinho, Fuja!
Autores: Barbara Mitchelhill
Editora: Editora Biruta
Páginas: 236
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