Outra semana. Outro causo. Dessa vez com temáticas capilares… o drama de uma pessoa que gosta do seu cabelo diferente. E anda como bem entender com tal cabelo.

Prazer. Essa pessoa sou eu.

Eu sempre gostei de cortar o cabelo, me dá uma abstinência violenta quando passo muito tempo sem cortar porque ou já fiquei mega enjoada do bendito corte, ou ele tá precisando cortar mesmo, esses esquemas.

Não tenho apego à cabelo. Aprendi desde cedo com a minha mãe que cabelo cresce. Ficou ruim? Carma, ele vai crescer e aí vc tenta de novo, é um processo de autodescoberta, de se conhecer, de conhecer os limites e passar uma imagem. Por isso sempre gostei de inventar uns penteados, de me basear em desenhos…

Lá em 2010! 🙂

Uma vez quis cortar o cabelo que nem a Kisa do Fruits Basket. Um corte reto channel e a franja mais longa, um degrauzão mesmo. Eu desenhei pra vários cabeleireiros como queria. Eles acho que pensavam “vei, essa menina pirada não sabe o que tá fazendo, affe. Vou cortar do jeito que eu quiser.” E aí eles cortavam. E eu nunca voltava mais lá. Nessa época acabei pedindo pra uma amiga cortar. Porque honestamente, eu não entendo qual o problema de fazer o corte que o cliente está pedindo. Adoro discutir com

cabeleireiro sobre o que dá e o que não dá. Eu confio na pessoa que está lá com a tesoura, senão nem ia, mas há uma diferença muito grande de dizer que entendeu o que estou pedindo e fazer o que der na telha com a minha cabeça.

Mas ok. Cortei naquela época. Gostaram pra caramba do meu corte. Fim.

Aí vim, e cortei um mais recente, tinha folheado 500 mil revistas de cabelo, mas nenhum me atraiu, aí, já em Lorena tinha achado uma cabeleireira que fazia o que você pedia, te explicava se funcionava ou não e te dizia como manter o cabelo. Sonho realizado. haha

Cabelo dos 3 degraus…

Minha ideia tinha sido fazer não 1, não 2, mas 3 degraus, (o que deixou ela louca, “nossa, a gente estuda pacas pra não deixar degrau e você me pede isso, Camila? Mas vamos lá.” HAHAHA) o cabelo deu certo. Fez um mega sucesso. Ainda faz. Mas na boa, se tivesse dado errado, essa só cortar o degrau de baixo e olha, pronto, resolveu. E eu fiquei super feliz com o cabelo.

Afinal. Quem vai sair com o cabelo sou eu, não é? Quem vai arrumar aquela parada todo dia, ou não, se eu vou sair com ele molhado, se eu vou fazer escova, se eu gosto do volume natural que ele tem, se eu não to afim de fazer uma droga de uma selagem porque não to afim de um cabelo escorrido, é problema meu, não?

Do meu ponto de vista era.

Aí fui na semana passada cortar o cabelo, porque já estava na hora também, fazia um tempão que não cortava.

Mostrei a foto que estava no próprio salão da bendita moça e falei: “quero assim”, uma outra cabeleireira que trabalhava lá falou que rolava sim, já que meu cabelo tinha volume e pãns, era com ela na verdade que iria cortar, mas olha que beleza, ela saiu do salão. Então essa nova foi lá e cortou meu cabelo. Não era de discutir penteado, deixei quieto, o brainstorming não ia rolar daquela vez.

Aí, já finalizando o meu bendito cabelo, depois de falar 15 vezes preu fazer uma selagem e ficar com ele escorrido e eu falar 15 vezes que gostava do volume dele e que, não, não ia ficar acordando cedo pra fazer uma escova nele, que ele tivesse a liberdade de ficar como quisesse, ela virou pra mim e falou:

“Nossa, agora vai ter que começar a andar elegante pra combinar com o cabelo, hein? Colocar uma sainha, um saltão. E vir fazer uma selagem pra deixar ele todo escorrido.”

Eu me segurei. Dei uma risadinha. E nunca mais volto lá.

Não, queridinha. Não tenho que ficar elegante pra combinar com o cabelo. O cabelo que combina comigo. Ele que complementa o meu estilo. Que eu uso como eu estiver afim no dia. Eu uso saias, uso salto, uso tênis, uso jeans e uso roupas nada também. Não sou de andar na moda. Não ligo pra isso. E não é você que vai me fazer ligar ou alisar meu cabelo imprevisível. Ele tem tanta personalidade quanto eu.

Grata.