E no conto da semana, O Quarto das Mãos Mortas, temos mãos, temos mortes, temos fantasmas e temos 1 dia depois de 70 anos! Vem conferir o conto de terror inspirado aqui…
TCHANÃN! Tem conto novo aqui no blog, um conto de terror inspirado na história de mocinha Catarina, que escreveu uma história mega lokis cheias de sacadas geniais que as crianças tem.
Catarina compôs a história da Nic, uma garota que vive em um castelo mal assombrado sozinha, quando conhece um fantasma que se torna amigo dela. Ela é atacada por lobos e o fantasma a ajuda a escapar. Mas o fantasma tem de ir embora eventualmente (ela usa o termo “1 dia depois de 70 anos” que achei deveras genial hahahaha) e ela vai até o quarto das mãos mortas, triste.
Quando ouvi a história já quis começar a escrever a continuação para o que seria de fato esse quarto das mãos mortas na qual a protagonista da história entra tristinha ao perder seu amigo fantasma, pensei até em 3 opções de história (com níveis de gore variados), aqui tem uma delas… então, vambora!
O Quarto das Mãos Mortas
Entrei no quarto e olhei ao meu redor. Estava triste ainda pelo meu amigo fantasma ter me deixado tão cedo. Aqueles 1 dia e 70 anos foram incríveis, mas, embora sempre soubesse que acabaria, quando o fim realmente chegou a minha contínua solidão foi quase forte demais.
Sempre que isso acontece me dirijo ao quarto.
O chamo de o Quarto das Mãos Mortas.
Da primeira vez que cheguei à mansão, nem lembro mais quanto tempo faz, ficara bem surpresa ao encontrar esse quarto. Lógico que explorei a mansão inteira e haviam masmorras estranhas e saletas cheias de instrumentos medievais que tanto poderiam servir para entalhar madeira ou pessoas.
Uma coisa que descobri conforme os anos foram passando fora que a mansão só poderia ser assombrada por um fantasma a cada vez. Somente um. Mas todos eles sempre iam embora. Nós fazíamos amizade, eu descobria o que o os prendia nessa terra e puf. Eles seguiam em frente. E eu ficava. Sempre eu. Somente eu.
Eu acabava voltando para o quarto das mãos mortas sempre que isso acontecia. Era um quarto enorme. Preenchido de cima a baixo com estantes. Nas estantes haviam mãos. Direitas, esquerdas, indefinidas, de todas as cores e tamanhos. Algumas não são humanas, acredito. Todas as estantes estão preenchidas com mãos. Eu as julgo mortas pelas suas aparências, mas posso jurar de pés juntos que acho que algumas mudam de lugar sempre que saio.
Algumas mãos são tão antigas que as unhas dão voltas completas e se tornam apoios, como mini cadeiras de balanço macabras. Como as unhas ainda crescem, não sei até que ponto essas mãos estão mortas realmente. Mas prefiro não pensar muito nisso. As balanço de vez em quando para entretê-las. Talvez um dia me respondam alguma coisa. Sempre deixo papel e caneta, mas eles sempre voltam intactos.
Não me sinto tão sozinha naquele quarto. Mesmo as mãos sendo macabras, me sinto acolhida e acompanhada. Depois de alguns fantasmas terem ido embora comecei a notar um certo padrão.
Sempre que um dos fantasmas ia embora, uma das mãos sumia.
Toda vez.
Demorei para reparar por conta das estantes estarem completamente preenchidas e o quarto ser realmente grande. Reparei quando uma das mais à frente simplesmente sumiu depois que George II foi embora pelo túnel luminoso. Ele não poderia tê-la tirado do lugar, não era um poltergheist, e não se leva nada além de sua própria matéria pelo túnel. Já fiz alguns testes para verificar.
Sempre que quero pensar sento nas poltronas que arrastei para o quarto. Fecho os olhos e tento matutar sobre meu destino.
Talvez um dia, quando todas as mãos forem embora, eu também possa ir.
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